A PLENA CONFIANÇA EM CRISTO ENVOLVE FÉ E ENTENDIMENTO
- Pr. Richard
- 1 de nov. de 2015
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Brasília, 01 de novembro de 2015
A PLENA CONFIANÇA EM CRISTO ENVOLVE FÉ E ENTENDIMENTO
Pr. Richard Campos
“Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho? Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto.” João 14:5-7
O texto de João 14:1-7 faz parte do “discurso da última ceia[i]”, onde Jesus investe seus últimos minutos antes da crucificação em ensinar seus discípulos e a nós sobre como podemos experimentar íntima comunhão com Ele e uns com os outros.
A primeira parte desse discurso é ministrada na casa que foi escolhida para a celebração da Ceia Pascal e engloba os capítulos 13 e 14 do Evangelho do Apóstolo João. De forma macro podemos observar os seguintes tópicos: I – o ato de lavar os pés dos discípulos remete a humildade e a vida de santificação (Jo 13:1-20); II – a traição revelada (Jo 13:21-30); III – a consumação da obra de Cristo, seu retorno para o Pai e um “novo mandamento...que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei” (Jo 13:31-38); IV – o Paraíso e a perfeita unidade entre o Pai e o Filho (Jo 14:1-14); e V – O envio do Espírito Santo e a paz que só encontramos em Cristo (Jo 14:15-31).
A consumação da obra de Cristo e seu eminente retorno para o Pai (Jo 13:31-38) gera nos discípulos dúvidas, precipitação, preocupação, agitação e sensação de abandono. Os discípulos não tinham, naquele momento, completo entendimento do que estava para acontecer. Não entendiam a finalidade da glorificação de Cristo. Nós, ainda hoje, também somos tomados por dúvidas, preocupações e agitações por não entendermos o significado da consumação da obra/ministério de Cristo na cruz do calvário.
Jesus procura tranquilizar os discípulos e os exulta a terem fé e entendimento (Jo 14:1-4), ou seja, a confiarem plenamente Nele, a CRER (Pisteuo[ii]), pois no Paraiso/Céu há lugar para todos que se rendem a Ele, portanto, todos os servos de Cristo conhecem o caminho.
Porém, Tomé clama por um destino claro, tangível e palpável (Jo 14:5) e em resposta Jesus faz uma declaração que garante a sua EXCLUSIVIDADE e INCLUSIVIDADE (Jo 14:6-7). Essa declaração faz parte de um conjunto de declarações em que Cristo afirma sua divindade (Jo 6:35 – “Eu sou o pão da vida”; Jo 8:12 – “Eu sou a luz do mundo”; Jo 10:9 – “Eu sou a porta”; Jo 10:11 – “Eu sou o bom pastor”; Jo 11:25 – “Eu sou a ressurreição e a vida”; Jo 15:1 – “Eu sou a videira verdadeira”).
Segundo D. A. Carson (2007, p.491)[iii], “Jesus é o caminho para Deus, precisamente porque ele é a verdade de Deus e a vida de Deus”. Jesus é a mais perfeita revelação de Deus, o Cordeiro de Deus e o nosso Salvador.
Apesar de toda explanação de Jesus, Filipe faz um questionamento que revela falta de entendimento e clama pela experiência de ver Deus pessoalmente (Jo 14:8). Jesus aproveita a oportunidade para ressaltar a perfeita unidade entre o Pai e o Filho (Jo 14:9-11), e que o Filho nada faz por si só, dessa forma, os ensinos e as obras realizadas por Jesus testificam essa unidade.
Jesus aprofunda o tema e ensina que por meio da intimidade – que requer fé e entendimento – Ele transfere autoridade para seus seguidores (Jo 14:12-13) e Ele garante isso ao prometer enviar o Espírito Santo para capacitar e dar paz a todos aqueles que “guardam seus mandamentos” (Jo 14:15-31).
Devemos exercitar nossa fé e entendimento em Cristo, pois a sua glorificação permitiu a extensão e a expansão de seu ministério, bem como a nossa união com Ele, com o Pai e com o Espírito Santo;
Concluímos com as palavras de Tomas de Kempis parafraseando o versículo 6:
Siga-me. Eu sou o caminho a verdade e a vida. Sem o caminho não há como ir; sem a verdade não há saber; sem a vida não há viver. Eu sou o caminho que você deve seguir; a verdade que você deve crer; a vida pela qual você deve esperar. Eu sou o caminho inviolável; a verdade infalível, a vida sem fim. (apud O Comentário de João. D. A. Carson, 2007, p.492).
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[i] RICHARDS, L. Comentário Bíblico do Professor, p.853, São Paulo, Ed. Vida, 2004.
[ii] TAYLOR, W.C. Dicionário do Novo Testamento Grego, p.174, Rio de Janeiro, JUERP, 1991.
[iii] CARSON, D.A. O Comentário de João, São Paulo, Shedd Publicações, 2007.
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